Uma das polêmicas carnavalescas mais famosas é a verdadeira autoria da clássica “A Jardineira”, que estourou em 1939 no Rio de Janeiro na voz de Orlando Silva
Dia de carnaval e as tradicionais marchinhas não podem faltar nas festas, matinês e bloquinhos de rua. As canções que estão na ponta da língua dos foliões de todo o Brasil foram escritas há muitos carnavais e, por vezes, por autores desconhecidos. (Ouça a reportagem no fim do texto).
Uma das polêmicas carnavalescas mais famosas é a verdadeira autoria da clássica “A Jardineira”, que estourou em 1939 no Rio de Janeiro na voz de Orlando Silva.
A versão teria sido gravada em 1938 por Benedito Lacerda e Humberto Porto, mas a verdadeira autoria foi contestada em todo o Brasil. Uns dizem que a música teria vindo da Bahia, outros de Alagoas, ou até do Rio Grande do Sul.
Mas ainda em 1939, um paranaense entrou na disputa. Trata-se de Paulino Martins Alves, um maestro nascido em Palmeira, na região dos Campos Gerais. De acordo com o pesquisador, Douglas Passoni, a família do Maestro Paulino sustenta que a autoria seja do ponta-grossense.
Em janeiro de 1939, o Diário da Tarde de Curitiba perguntava em uma manchete, “A jardineira de quem é?”. Uma pequena nota afirmava que a imprensa do Rio de Janeiro debatia “calorosamente” a questão da paternidade da marchinha.
A família do Maestro Paulino afirma que o original que comprovaria a autoria do paranaense foi perdido ao ser enviado para a Rádio Nacional, em terras cariocas.
Segundo o pesquisador, a composição atribuída ao Maestro Paulino apresenta mais flores, não somente a Camélia. Uma das hipóteses é de que a marchinha tenha sido escrita para a 1ª Festa das Flores, em Joinville, Santa Catarina.
No entanto, Douglas Passoni explica que contestações da autoria da música foram feitas em diversas regiões do país. O pesquisador também encontrou a melodia da Jardineira em uma marchinha de 1928.
E no carnaval de 2022, 83 anos depois de “a Jardineira” estourar nas folias Brasil afora, é praticamente impossível tirar uma conclusão de quem foi o autor da marchinha. Conclusões históricas a parte, para Ponta Grossa, a jardineira sempre será nossa!
Ouça a reportagem abaixo:
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