O Instituto Água e Terra (IAT) divulgou o balanço da segunda operação de combate ao desmatamento ilegal, realizada de forma remota. A força-tarefa, ocorrida entre 21 e 28 de julho, resultou em 252 Autos de Infração Ambiental (AIA) em 43 municípios e na aplicação de R$ 16.416.750,00 em multas administrativas, um aumento de 178% em relação à primeira operação remota, concluída em abril.
A área de supressão vegetal identificada aumentou 113%, passando de 701 hectares na primeira ação para 1.497 hectares na segunda. As principais ocorrências foram registradas em Rio Bonito do Iguaçu, em áreas de 180,7 e 161,9 hectares. As multas para um único infrator ultrapassaram R$ 4 milhões.
O valor arrecadado com as multas é destinado integralmente ao Fundo Estadual do Meio Ambiente, que financia projetos de controle, preservação e recuperação ambiental.
Álvaro Cesar de Goes, gerente de Monitoramento e Fiscalização do IAT, explicou que a identificação dos desmatamentos foi feita através de imagens de satélite, comparadas com os dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Foram encontradas irregularidades como o corte de floresta nativa da Mata Atlântica em diferentes estágios, em áreas de Reserva Legal e de Proteção Permanente (APP), além de atividades sem licenciamento ambiental e uso de fogo.
A operação remota identificou irregularidades em 43 municípios, destacando-se o núcleo de Francisco Beltrão e Guarapuava com 13 municípios cada, seguidos por Pato Branco (5), Curitiba (4), Pitanga (3), Irati, Litoral e Ponta Grossa (1 cada).
O uso de tecnologia na fiscalização é um dos pilares da redução do desmatamento da Mata Atlântica no Paraná, que caiu 70,7% em 2023, segundo o Relatório Anual do Desmatamento no Brasil (RAD). O IAT utiliza imagens de satélite e alertas de mudanças no uso do solo para monitorar o desmatamento em tempo real, em parceria com a Polícia Federal.
O Estado também investe no Sistema de Fiscalização e Controle Ambiental (Fica), previsto para 2024, que modernizará a gestão dos autos de infração e integrará os sistemas do IAT. O aplicativo Auto de Infração Ambiental Eletrônico (AIA-e) permitirá o cadastro das autuações em campo com georreferenciamento.
Por Vitória Testa, com supervisão de Emmanuel Fornazari
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