Grupo analisa os contratos firmados na companhia, as ações operacionais e o processo administrativo.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Companhia Ponta-grossense de Serviços ouviu na tarde dessa quinta-feira (29) o ex-diretor administrativo da Companhia Bruno Henrique Bregantin Silva. Ele foi diretor da CPS de janeiro de 2017 a junho de 2020.
A CPI investiga a situação financeira da CPS dos últimos quatro anos. O grupo analisa os contratos firmados na companhia, as ações operacionais e o processo administrativo.
A justificativa para abertura da Comissão tem como base a extinção da Companhia e a contabilidade apresentada no diário oficial do município que, segundo a CPI, demonstra uma situação desastrosa da administração do órgão.
No depoimento, o ex-diretor afirmou que quando assumiu cargo, a receita da Companhia era proveniente da venda do asfalto e como o índice de inadimplência dos contratos era alto e a companhia tinha créditos já prescritos, a situação financeira estava complicada.
O ex-diretor destacou ainda que não tinha controle sobre o convênio entre a CPS e a prefeitura que garantia o pagamento dos valores devidos pelos moradores que não aderiam os contratos de pavimentação com a companhia.
Ele explicou à CPI que a diretoria e o conselho de administração da CPS tinham conhecimento da situação, mas nenhuma medida foi tomada para resolver o problema e que ele não tinha autonomia para tomar decisões referentes ao saneamento da CPS.
A Companhia era uma empresa de economia mista vinculada a Prefeitura de Ponta Grossa e que foi criada em 2005. O objetivo da empresa era realizar serviços de pavimentação de ruas mediante planos de pavimentação da Administração direta e indireta. Além de elaborar projetos e serviços técnicos.
Em novembro do ano passado, a administração municipal enviou um projeto de extinção da CPS à Câmara Municipal. A proposta fazia parte de uma reforma administrativa que extinguiu outras autarquias e remodelou secretarias.
A prefeitura sustenta que a existência de uma Companhia para a pavimentação não é mais necessária, já que os projetos atuais são dos governos estadual ou federal. A extinção da CPS foi aprovada pelos vereadores em abril deste ano.
Conforme a gestão, as obras de pavimentação que foram contratadas na CPS continuam no município. A previsão é de que 26 trechos de asfaltos sejam finalizados neste ano e 32 no ano que vem.
Segundo a prefeitura, desde o fim da CPS todos os contratos e obrigações foram assumidos pela administração municipal, que paga por até 60% do valor das obras, seguindo modelo compartilhado adotado na época. Os trabalhos são executados pelas equipes da Secretaria Municipal de Serviços Públicos.
Ao todo, oito reuniões da CPI da CPS já foram realizadas na Câmara Municipal. Uma nova oitiva marcada para a próxima quinta-feira (04) deve ouvir testemunhas.
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