Eu fui um dos que acreditou que viveríamos um novo normal para grande parte da sociedade. Hoje eu diminui muito a minha expectativa em relação a isso. Grande parte das pessoas querem o retorno ao cotidiano que tinham antes. Querem ter a mesma percepção de que tudo será o mesmo e não terão novidades. Por mais que a vida seja aquilo que não gostariam que fosse.
Temos uma tendência a gostar do cotidiano previsível. Resistimos a ter que fazer algo diferente e que possa fugir daquilo que podemos suportar por se repetir diariamente. Enfim, a gente aceita as coisas como são pelo medo de não saber lidar com o que elas não são.
Hoje, acredito que dois terços da sociedade irá reproduzir exatamente o comportamento que tinham antes da pandemia. Elas já se acumulam nas praias, nos bares, nos eventos, nos shoppings, enfim, querem passar por cima da dor sem ter que suportar as feridas. Anestesiar a vida. O hábito nos dá segurança e a lamentação sem riscos dá um prazer mórbido de se sentir querendo fazer diferente e justificando o mesmo que se faz sempre.
Aprendendo a lidar com os seres humanos é não ter expectativas em relação a ele. Ver o que é e não o que gostariamos de ser. Logo, as condições que temos não são as retóricas humanas na busca da mudança que nunca ocorre. É a forma como pretendemos agir para que a diferença ocorra, sem a fantasia de que ela vai ocorrer de forma generalizada.
Mas, os 33% dos que vão mudar o comportamento e agir de forma diferente podem estar em posições estratégicas na sociedade e colaborar para que ocorra o que esperamos, aprender com as experiências e fazer a diferença.
Ouça o comentário de Gilson Aguiar para a Rádio CBN Ponta Grossa:
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