Quantos de nós esperávamos emergir um ser humano melhor durante e depois da pandemia. Porém, os noticiários demonstram que a retomada das atividades econômicas e de lazer não nos apresentam este ser que idealizamos. As pessoas retomam suas vidas e a “máscara” não impede de desmascarar o que sempre resistimos a ver, a realidade. A maioria quer voltar a vida dos dramas diários e esquecer ou não ver o drama coletivo.
Não foi só a pandemia que ficou escancaradas diante de nós, ela foi apenas o meio de demonstrar nossas mazelas. Nossas dores, que sempre colocamos como sujeira embaixo do tapete, ficou exposta com a propagação da doença. Porém, a maioria retornou a esconder suas feridas ou não vê e não quis ver a dimensão dos problemas constantes. Estamos sempre pedindo a anestesia para evitar o amargo do remédio. O lema é “nos dê migalhas que voltaremos a vida dos detalhes do dia a dia que nos move sem destino.
Se você faz parte dos que ficaram decepcionados, sem entender o porquê tamanha dor expressa em mais de 130 mil mortes não é capaz de alterar os rumos de um comportamento equivocado, aprenda a conhecer a massa. Ela caminha na percepção das coisas próximas e não tem a reflexão complexa para a busca das grandes causas. Não se enxerga tão longe como se imagina. Apenas se busca sobreviver ao longo dos dias.
Mas se você faz parte de 30% dos que se importam, daqueles que se tocaram com o significado da dor, sua ou alheia, não desanime. Em frente, sempre. Há muito o que se fazer para despertar a consciência. O que temos diante de nós é uma realidade, com ela que temos que agir. Não podemos mudar as coisas como são. Apenas aprender a analisar a realidade e fazer dela um chão para nossas ações. Pisar em terra firme do que realmente se vive ajuda a não tropeçar na ilusão que embaça a vista carregada de miragens.
Para se mudar é preciso saber o que vivemos, com quem estamos lidando e onde se quer chegar.
Ouça o comentário de Gilson Aguiar para a Rádio CBN Ponta Grossa:
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