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CBN Ponta Grossa

Gilson Aguiar: Política, entre a vocação e a profissão


O que leva uma pessoa a se candidatar? Se dar bem, vencer, ser conhecido, criar um capital político o suficiente para consolidar seu nome na mente do eleitor como apto a representá-lo. Ter benefícios. Como podemos mensurar o tamanho dos benefícios que se pode ter na política?


Ingressar em um grupo seleto de pessoas que decidem o destino de recursos que podem facilitar a vida de empreendimentos privados e das ambições pessoais. Quanto vale representar e ter prestígio com a representação?


Temos a política como instrumento vital da defesa de interesses da coletividade e de sua organização. Não se trata de fazer o que se quer sempre, mas de direcionar as ações para o que se considera necessário e prioritário. Governar é fundamental e a democracia é condição primordial. O convívio em sociedade com tamanha pluralidade, necessita da permeabilidade dos movimentos democráticos. Saber conviver é entender as diferenças.


Por isso, se a ambição pessoal pode mover uma parte dos homens públicos, a outra é sua emergência como líder orgânico. Ele expressa o contexto que a vida social exerce sua função. A forma como a sociedade sente as relações e os vínculos. As dores que necessitam ser superadas. Como transformar os interesses de cada um em um projeto para todos? Um desafio.


Mas a política é também o momento em que muitos vão buscar se fazer na política. Entender o que o poder pode lhe dar como benefício. O empenho em disputar uma eleição tem no esforço alguma contrapartida, nem que seja a mais pura das vaidades. Porém, na funcionalidade do poder não é a vaidade que conta. A função prática é que exercer sua permanência e necessidade. Por mais bonito e excitante que seja deve servir para alguma coisa.


Por isso, somos eleitores dentro de um jogo de forças em que o voto conta. Mas não o de um, o de todos somados e os da maioria depositados nos eleitos. O que demonstra que o pensamento coletivo e a tendência social existe. O que leva um grande número de pessoas a buscar o voto pode ser a particularidade. Porém, o que determina a condição de permanência é a ação coletiva, o contexto amplo, as forças que sustentam o poder.


Vale, diante disso saber pensar no que somos e onde estamos. No que temos e como podemos aprimorar nossa compreensão da vida coletiva. Assim, ao agirmos pessoalmente, na busca de nossos interesses diários, estaremos também contribuindo para uma ação mais racional coletiva. Para que os atos sejam pensados em sua dimensão que vai além dos nossos interesses pessoais.


Ouça o comentário de Gilson Aguiar para a Rádio CBN Ponta Grossa:





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