As diferentes etnias que ocuparam o espaço paranaense
Os primeiros núcleos de imigrantes no território paranaense foram os seguintes:
Rio Negro (1829)
Colônia Thereza (1847)
Superagui (1852)
Assungui (1860)
Esses espaços foram ocupados por alemães, ingleses, franceses, suíços e italianos com o objetivo de povoamento de vazios demográficos
A partir de 1870, ocorreu a chegada de novos grupos de imigrantes: poloneses, italianos, alemães, ucranianos e russos, com o objetivo de trabalhar na agricultura de abastecimento em colônias próximas aos centros urbanos.
Diferentes etnias passaram a compor o território paranaense a partir do início do século XX, promovendo o desenvolvimento econômico, social e cultural.
Posteriormente tem início no Paraná o movimento considerado por alguns historiadores como “Imigração Moderna”. Origem das colônias de Witmarsun, Entre Rios, Carambeí, Castrolanda, entre outras.
Características étnicas e a diversidade cultural
Segundo o prof. Ruy Wachowicz, o imigrante:
Lançou bases para surgimento de uma classe média urbana e rural;
Desenvolveu ciclo rodoviário próprio: carroças;
Recuperou dignidade trabalho braçal;
Difundiu no Estado ofícios manuais;
Proporcionou revolução agrícola;
Influenciou a alimentação;
Início a inúmeras indústrias capital e interior;
Contribuiu na abertura de estradas de ferro e rodovias;
Criou uma arquitetura característica
Para saber mais
Imigração, urbanização, industrialização no Paraná no período de 1890-1913. Uma proposta metodológica para o ensino de História http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/424-4.pdf
Imigração nos Campos Gerais
Como foi afirmado anteriormente, o processo de ocupação espaço paranaense e a urbanização das cidades dos Campos Gerais, recebeu forte influência dos diferentes grupos étnicos;
A desagregação da sociedade tradicional campeira, o declínio gradativo do Tropeirismo e da Pecuária na segunda metade do século XIX, contribuiu para a chegada dos imigrantes na Região dos Campos Gerais, quando em 1870, grupos de alemães e suíços ocupam territórios em Palmeira, Lapa e Ponta Grossa. De início os primeiros imigrantes estabeleceram-se nos arredores de Curitiba e gradativamente foram se interiorizando na região.
Alemães
Chegaram na região a partir de 1877 (Russos Alemães).
De início dedicam-se à agricultura, destacando-se posteriormente nos ramos comerciais e industriais.
Marcas na gastronomia, arquitetura, música, esportes, educação, organização e fundação de clubes, escolas e igrejas;
Famílias: Thielen, Bach, Justus, Hilgenberg, Schwab, Holzmann, Ditzel, Kossatz, Lange, entre outros;
Para conhecer mais sobre os imigrantes alemães
Página do Facebook: https://www.facebook.com/search/top?q=associa%C3%A7%C3%A3o%20germ%C3%A2nica%20dos%20campos%20gerais
Instagram: @germanicadoscamposgerais
Poloneses
Estabeleceram-se em diversas regiões do Paraná, entre elas os Campos Gerais;
O primeiro grupo de 84 pessoas chegou entre 1876 e 1878;
Em 1892, outros 613 poloneses ocuparam a região;
Clima favoreceu a adaptação;
Contribuições: gastronomia, broa, cerveja caseira;
Arquitetura: casa de madeira com telhado de duas águas, sótão, varanda e o lambrequim.
Para conhecer mais sobre a imigração polonesa:
Ucranianos
Destaca-se, que ao chegarem ao Brasil, em função das afinidades existentes, muitos ucranianos localizaram-se próximos aos poloneses, o que muitas vezes levava a confusão distinguir ambas as etnias;
1891, marco do período de grande entrada;
Muito das manifestações do povo ucraniano foi e é preservado pela força da tradição das famílias, que de geração em geração vão transmitindo no seu cotidiano um pouco da arte, dos costumes e da língua.
Para conhecer mais sobre a imigração ucraniana:
Italianos
Chegam ao Paraná por volta de 1875, no litoral e posteriormente reemigram para o interior;
Famílias: Massoquetto Nadal, Motti, Trentin, Túllio, Gambassi, entre outros;
Dedicam-se à agricultura e destacam-se no comércio;
Operários, construção estrada de ferro Curitiba-Paranaguá;
Destaque na educação e na cultura: escolas e sociedades.
Para conhecer mais sobre a imigração italiana:
Japoneses
O primeiro grupo de japoneses que chega na Região dos Campos Gerais, data da década de 1930;
No início da década de 1960, um novo impulso de imigração japonesa aconteceu na região, que contribuiu ao desenvolvimento da agricultura intensiva de culturas, como soja e batata.
Para conhecer mais sobre a imigração japonesa:
Sírio – Libanesa
Duas datas prováveis de entrada no Brasil: 1871 e 1891;
Na região dos Campos Gerais, fixam-se em Ponta Grossa e passam a desenvolver atividades ligadas ao comércio e indústria;
Circularam por toda a região como “Mascates” e depois se fixarem nas cidades e destacaram-se no comércio e profissões liberais.
Para conhecer mais sobre a imigração sírio – libanesa
RUSSOS BRANCOS
Chegaram nos Campos Gerais por volta de 1958, 23 famílias;
Segundo Isolde Waldmann, “o êxodo dos russos brancos iniciou durante a Revolução Russa de 1917”;
Rússia – China – Brasil;
De São Silvestre em Castro, transferem-se para Santa Cruz em Ponta Grossa.
Para conhecer mais sobre a imigração russa:
Novas informações sobre o processo imigratório acesse as seguintes páginas
A ECONOMIA DE PONTA GROSSA
COMÉRCIO
Antes dos trilhos chegarem na cidade, já existia um crescimento e movimento comercial e agrícola, que tornava a cidade no grande empório do interior do Paraná, o que será fortalecido com a chegada da ferrovia que passa a fazer a ligação entre sul e norte do Brasil e leste a oeste do Paraná.
Uma das mais antigas lojas de comércio de Ponta Grossa era chamada Casa Juca Pedro, fundada em 1840 por José Pedro da Silva Carvalho. Comércio variado de ferragens, miudezas, couros, louças, molhados, sempre com um grande estoque. Em 1854, na Rua do Mercado (atual Sete de Setembro), foi fundada a Casa Vilela, pelo Comendador Bonifácio José Vilela.
Importante ressaltar que, apesar de existirem casas comerciais desde o início do século XIX, sem dúvida o crescimento do comércio foi favorecido também pela chegada de imigrantes, que aos poucos alcançam uma posição de destaque na estrutura econômica e social da região.
Dentre as casas comerciais que mais se destacaram pode-se citar, a Casa Juca Pedro (1840), Casa Vilela (1854) e, a partir de 1880, os imigrantes começaram a fundar suas propriedades, como: Casa de Sementes Augusto Canto (1885), Casa Progresso da Família Holzmann (1893), Estabelecimento do S.r. Vicente Motti (1894), Casa Osternack (1896), Casa Romano (1906), entre outras.
Com o crescimento do comércio e indústria no início do século XX e sua expansão nos anos posteriores, os membros dessas fundaram em 18 de junho de 1922, o Centro de Comércio e Indústria de Ponta Grossa, futura Associação Comercial de Ponta Grossa.
Para conhecer mais sobre o comércio de Ponta Grossa:
AGRICULTURA
A chegada dos imigrantes em Ponta Grossa, a partir de 1870, modifica o sistema econômico até então vigente, que se sustentava nas pequenas lavouras de subsistência e criação de gado e até invernagem nas grandes propriedades. Eles trazem consigo uma nova forma de aproveitar a terra e produzem bens de baixo custo. Por exemplo fabricação de massas e doces, exploração da madeira, entre outros, aliando o trabalho rural com o estabelecimento de um comércio urbano.
Entre 1870 e 1910 espalhavam-se pela região núcleos coloniais e algumas chácaras (que produziam de tudo). As sedes das grandes fazendas (latifúndios) serviam mais para criação de gado e ainda invernadas, do que a produção de alimentos.
Como incremento na agricultura, foi instalada a Estação Experimental de Ponta Grossa pelo Ministério da Agricultura em 1921, que tinha como objetivo, desenvolver pesquisa científica e dar suporte tecnológico ao desenvolvimento do cultivo do trigo no Brasil.
Na década de 1970, nos Campos Gerais, se destaca o Plantio Direto (ou plantio na palha) que era apropriada a solos de baixa fertilidade e incerta pluviosidade. Pioneiro da disseminação dessa técnica foi o ponta grossense e rotariano Manoel Henrique Pereira (Nonô Pereira), sendo que ela revolucionou a agricultura. Propiciou que novas empresas de implementos, insumos e máquinas agrícolas surgissem para atender as necessidades da produção da agricultura em grande escala, compondo uma nova paisagem nos campos de Ponta Grossa.
A agricultura se organiza com as cooperativas agrícolas e os campos de Ponta Grossa e Campos Gerais se transformam em uma indústria da agricultura, com tratores, colheitadeiras, caminhões compondo a paisagem agrícola.
Para conhecer mais da agricultura em Ponta Grossa:
PECUÁRIA
Em função dessa forte presença da pecuária, desde o início do povoamento, criou-se uma tradição do comércio e criação de gado como importante para o desenvolvimento local. Isso fez com que o Município fosse escolhido para a instalação de uma Fazenda Modelo.
Em 1953, as grandes fazendas a criação de gado vacum alcançaram qualidade com a criação de raças: como caracu, zebu, holandês, entre outras. A criação de cavalos, suínos, caprinos e ovinos, estão presentes na indústria pastoril. O Jóquei Clube Pontagrossense por exemplo incrementa a criação de animais de raça, que participam das corridas.
A partir da segunda metade do século XX, as fazendas de criação e engorda dedicam-se à pecuária, selecionando cada vez mais raças que possam se aclimatar na região. Pastagens artificiais substituem as nativas, para garantir o aumento e melhoria da produção. Modernos haras são construídos para a criação de cavalos de raça. Assim como a agricultura o setor pecuário vai se adaptando às modernidades mecânicas, facilitando o criatório de diferentes animais, como: cavalos, bois, vacas, carneiros, ovelhas, entre outros.
Para conhecer mais sobre a pecuária em Ponta Grossa:
INDUSTRIALIZAÇÃO
Até o final do século XIX se destacava na indústria de Ponta Grossa os engenhos de mate, as serrarias de corte, curtumes e pequenas instalações para fabrico de banha, doces, cola, entre outros. Do início do século XX até por volta de 1960, a economia advinda deste setor cresce consideravelmente com instalação de médias empresas voltadas a metalurgia, beneficiamento da madeira, produtos alimentícios e cervejarias.
Com a criação do Plano de Desenvolvimento Industrial de Ponta Grossa - PLADEI, pelo governo municipal de Cyro Martins 1969 – 1973, cujo objetivo era desenvolver as indústrias locais existentes (368 fábricas) e dotar o município de novas empresas, interagindo com o sistema de indústrias do Estado do Paraná.
A Prefeitura incentivou a vinda de novos complexos, com a doação de terrenos, obras de terraplanagem e rede de energia elétrica, para diversas empresas fabris da agroindústria, em especial a da soja. A década de 1970 marca Ponta Grossa com o boom deste setor, instalando-se aqui a Sanbra (atual Bunge) e Cargil, e transformando o município na Capital Nacional da Soja.
Surge assim, Cidade Industrial localizada em terreno comprado da Rede Ferroviária Federal, e depois batizado como Distrito Industrial Cyro Martins.
A cidade continuou a se desenvolver no setor industrial de uma forma um pouco mais lenta e a partir de 2005, a cidade ampliou cerca de 50 % seu número de indústrias.
Atualmente Ponta Grossa, é considerada a capital da cerveja, duas grandes unidades aqui estão instaladas, produzindo para o mercado interno e externo, além de micro cervejarias que avançam gradativamente na produção para atender a demanda crescente no mercado.
Além disso, destaca-se as micro e pequenas empresas incentivadas pela Prefeitura e que recebem todo o apoio da Agência de Inovação e Desenvolvimento de Ponta Grossa que fomenta a criação de um ambiente de negócios propício para a inovação e o desenvolvimento sustentável do Município de Ponta Grossa.
Para conhecer mais sobre a Industrialização em Ponta Grossa:
LAROCCA JUNIOR, Joel. Desenvolvimento Industrial em Ponta Grossa (PR): avaliações e perspectivas. Florianópolis: 2002. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós Graduação ( Convênio (UFSC/UEPG). 163 páginas.
Caderno Estatístico de Ponta Grossa: http://www.ipardes.gov.br/cadernos/MontaCadPdf1.php?Municipio=84000
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