Paróquia Menino Jesus tem seu primeiro pároco diocesano
A comunidade sem o padre é como ovelhas sem pastor: elas podem estar juntas por um momento, mas se desgarrar facilmente. Por isso, hoje é um dia especial para todos nós. Seja bem-vindo à nossa comunidade! Simples, mas acolhedora. Que nós possamos juntos dar continuidade a esta bela missão de servir, anunciar e evangelizar”. A mensagem lida pela secretária paroquial Flávia Cristina Volski encerrou, no sábado (17), a celebração de posse de padre Nelson Bueno da Silva como primeiro pároco diocesano da Paróquia Menino Jesus, de Guamiranga, em 43 anos de história. Fundada em 13 de março de 1981, a comunidade foi administrada até agora pelos Padres da Congregação da Missão, os padres vicentinos.
O bispo Dom Sergio Arthur Braschi, que presidiu a celebração, lembrou que a paróquia desde a sua fundação esteve confiada aos padres vicentinos. “Já tinham muito antigamente a paróquia de Imbituva, que é uma das paróquias mais antigas, (existia) antes mesmo da criação da Diocese. A paróquia atendia toda essa região de Irati, Ivaí. Pouco a pouco foram surgindo novas paróquias. Essa, caminhando para os seus 43 anos. Agora, a congregação pediu que a Diocese assumisse a paróquia. Também estamos com dificuldade de número de padres, mas vamos fazer todo o empenho para que, de fato, o povo seja bem servido. Deus é o pastor de seu povo. O Espírito Santo vai conduzindo e, se Deus quiser, devagar vão se entrosando, conhecendo as diferenças, mas é um povo que tem grande piedade. Creio que vai ser muito bom, um tempo de grande progresso”, comentava Dom Sergio.
Padre Nelson não vive a experiência pela primeira vez. Em Imbaú, de 2001 a 2005, foi o primeiro pároco da Paróquia São José, quando a comunidade se desligava da administração da Congregação do Santíssimo Redentor – padres Redentoristas – e passava para a ser gerida pela Diocese de Ponta Grossa. Foi Dom João Braz de Aviz quem criou a paróquia e designou padre Nelson – ordenado por ele em julho de 2000 – como pároco. Dom Sergio o transferiu depois para a Paróquia Nossa Senhora dos Remédios, de Tibagi, em 2005; à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, de Irati, em 2013, e, mais recentemente, para a Paróquia São Sebastião/Santuário Diocesano de Nossa Senhora Aparecida, em 2022.
“Foi um desafio já em Imbaú. Tinha algumas pastorais. Estava desmembrando dos Redentoristas. Estávamos adentrando na região. Evoluímos. Acabamos, depois, construindo a Escola de Teologia para Leigos lá. Como não tinha recursos, firmei parceria com uma paróquia norte-americana, a Sant Louis de Montfort, no estado de indiana”, contou padre Nelson. “Ainda estou tomando pé da situação. Deve haver coisas para serem adequadas. Mas, é possível. Percebi que temos um pessoal aberto, trabalhador, simples. Vai dar para fazer um bom trabalho”, acrescentou, referindo-se ao percentual de católicos do município: mais de 84% da população.
A celebração aconteceu na noite de sábado e lotou a Matriz da paróquia. No seu início, Dom Sergio fez questão de dizer que se tratava de um momento histórico, citando os motivos da transferência da administração dos Vicentinos para a Diocese. “Necessidades internas da Congregação levaram a essa mudança. Padres idosos, muitos padres adoentados...isso levou a entregar a paróquia ao clero secular diocesano, que a assume hoje na pessoa do padre Nelson. Meu carinho e gratidão ao padre Nelson que acolheu e veio ser o primeiro pároco diocesano da história da paróquia. Sei que não é fácil uma transferência, mas, como sacerdote, pela promessa feita no dia da ordenação, prometeu seguir os mandamentos de Deus e as orientações da Igreja”, destacou o bispo. Foi lido o decreto de posse, padre Nelson refez sua profissão de fé e recebeu as chaves da igreja, do sacrário, do confessionário, ungindo com o bispo a pia batismal. Ao final, Dom Sergio o acolheu com um abraço.
Impressões
Muitos familiares, amigos e paroquianos da São Sebastião, de Ponta Grossa, acompanharam a celebração. O diácono Ademar Oliveira falou em nome da comitiva ponta-grossense. “O padre participou conosco por dois anos, entrou Quarta-Feira de Cinzas de 2022 e se despediu na quarta-feira dessa semana. Uma alegria muito grande trazer os dons que tem. O carisma, a simplicidade que tem. Ele enfrentou muitos desafios, inclusive de saúde, problemas na comunidade e fez uma grande caminhada. Conclamo a todos da paróquia que o acolham com firmeza e alegria, se colocando à disposição. Tem dúvida, tem dificuldade? Procure o padre. Ele sozinho não resolve. Importante que todos, cada um, dê um pouco. Padre Nelson vai fazer dessa comunidade uma grande comunidade, junto com ela. Cada um possa dizer: ‘eis aqui um servo do Senhor; faça-se em mim segundo a sua palavra. Com certeza a caminhada será um grande exemplo de evangelização dentro da Diocese”, desejou o diácono.
“É um bom padre que vai nos ajudar e vamos crescer juntos com a nossa Diocese. Antes, eram os Vicentinos. Agora, os diocesanos, graças a Deus e Deus faz as coisas certas, nos momentos certos. Se fez, fez pelo bem de nós. Peço a Deus que abençoe nós que recebemos e a Diocese que nos mandou o padre Nelson”, rogava o farmacêutico Nalciso Ratuchinski, que já fez parte do conselho paroquial e foi ministro da Eucaristia. “Me criei com os Vicentinos, desde criança, no interior. Fiquei um tanto abalado. Mas, Deus sabe o que faz. Precisa mudar. A mudança sempre é para o bem”, acrescentou.
A Paróquia Menino Jesus conta com a Matriz e mais 11 capelas. Tem dois diáconos: Nelson Fila e Felix Eudes Moleta. Foi dedicada em 3 de maio de 2015. A missa de despedida do antigo pároco, padre Clóvis Marques da Silva Oliveira, ocorreu no último dia 10, às 19 horas, na Matriz.
Das Assessorias
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