Artigo publicado por grupo com professores da UEPG identificou representações de 13 araucárias e 20 antropomorfos.
Um grupo de pesquisadores descobriu os primeiros registros de pinturas rupestres da árvore araucária, considerada símbolo do Paraná. Pinturas foram encontradas em Piraí do Sul, nos Campos Gerais do estado e podem ter sido feitas há quatro mil anos pelos povos originários Macro-Jê.
Um artigo publicado pelos pesquisadores que integram o Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas (Gupe) identificou representações de 13 araucárias e 20 antropomorfos, que podem ser humanos, animais, deuses ou elementos da natureza.
Os pesquisadores chamam a atenção para os detalhes das pinturas que podem ter sido elaborados pelos povos Macro-Jê, antepassados de comunidades indígenas presentes atualmente no sul do Brasil, como os Kaingang e Xoclengues.
A professora Fernanda Burigo Mochiutti relata que o painel foi encontrado em setembro de 2021 enquanto o grupo fazia pesquisas na Escarpa Devoniana. O grupo já encontrou outras pinturas rupestres, mas foi a primeira vez que araucárias foram identificadas.
O pesquisador Henrique Simão Pontes explica que pesquisas aprofundadas foram feitas para comprovar que os desenhos se tratavam de araucárias. Ele ressalta que ainda não é possível cravar há quanto tempo o painel foi pintado.
Para o pesquisador Alessandro Giulliano Chagas Silva, a descoberta indica que a araucária também era importante para os antepassados que viviam no Paraná.
O local que abriga o painel está localizado a 1.130 metros de altitude, próximo a um afluente do rio Piraí-Mirim. A vegetação ao redor do abrigo é composta por pastagens e matas secundárias, em diferentes estágios de regeneração, cobrindo parcialmente encostas e vales ao longo do curso d’água.
Os pesquisadores acreditam que a publicação do artigo pode abrir caminho para novas pesquisas sobre relações étnicas de povos indígenas originários com a araucária e os aspectos da evolução da paisagem regional ao longo do tempo.
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