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CBN Ponta Grossa

Zagueiro contratado pelo Operário é réu em processo de suposto esquema de manipulação de resultados

Com a contratação de Allan Godói, o Fantasma passa a ter dois dos oito jogadores que são réus no processo.

Foto: Marcus Benedetti/OFEC

O zagueiro Allan Godói contratado pelo Operário Ferroviário Esporte Clube nessa terça-feira (11) é um dos oito atletas réus no suposto esquema de manipulação de resultados da Série B. O jogador atuava no Sampaio Corrêa, do Maranhão, até o fim do mês passado e foi desligado do clube para se defender das acusações.


O zagueiro se apresentou nessa terça-feira, passou por exames e deve reforçar o sistema defensivo do Operário no Campeonato Brasileiro da Série C. Durante a apresentação, ele afirmou que veio para o Fantasma a convite do técnico Rafael Guanaes, com quem trabalhou no Sampaio Corrêa.


Allan Godói teve o contrato suspenso temporariamente com o Sampaio Corrêa no dia 17 de março, quando virou réu no processo que investiga supostas manipulações de resultados. No dia 29, o time decidiu rescindir o contrato de forma definitiva.


Em nota, a diretoria destacou que decidiu romper o contrato para que o atleta pudesse “se defender das acusações”.


A investigação é conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Goiás e começou a partir de indícios da prática de corrupção apresentados pelo presidente do Vila Nova Futebol Clube.


Ele apontou evidências de crimes de manipulação dos resultados das partidas entre Vila Nova e Sport, Tombense e Criciúma e Sampaio Corrêa e Londrina com o objetivo de beneficiar apostadores.


As investigações constataram a existência de uma organização criminosa especializada em corromper atletas profissionais para manipulação de resultados e eventos relacionados a jogos de campeonatos de futebol.


De acordo com a denúncia do Ministério Público, os jogadores recebiam um “sinal” de R$ 10 mil para provocar um pênalti no primeiro tempo dos jogos. Se o pênalti fosse marcado, os atletas recebiam cerca de R$ 150 mil.


Os jogos eram selecionados previamente e além do pênalti, a manipulação também afetava cartões amarelos ou vermelhos em determinada etapa da partida e diferença de gols no primeiro tempo. O objetivo era fazer com que os envolvidos lucrassem em sites de apostas.


Conforme a denúncia do Ministério Público, o zagueiro Allan Godói era integrante de um grupo de mensagens com outros quatro jogadores do Sampaio Corrêa em que se debatia a expectativa de recebimento de valores e a forma de cobrança após as fraudes.


Além de Godói, faziam parte do grupo os jogadores Mateus da Silva Duarte, o Mateusinho, André Luís Guimarães Siqueira Júnior, o André Queixo, Ygor de Oliveira Ferreira, o Ygor Catatau, e Paulo Sérgio, que também é contratado do Operário Ferroviário.


Segundo o Ministério Público, os cinco aceitaram vantagem indevida para alterar o resultado do jogo entre Sampaio Corrêa e Londrina em novembro de 2022. Eles receberiam dinheiro para cometer um pênalti no primeiro tempo do jogo. O MP sustenta que o contato foi intermediado pelo apostador Luís Felipe Castro com o atleta Ygor Catatau e o pênalti foi cometido pelo jogador Mateusinho.


Após o jogo, os atletas teriam cobrado a dívida pelo pênalti. Com a contratação de Godói, o Operário passa a ter dois, dos oito jogadores que são réus no processo. O jogador Paulo Sergio Marques Corrêa jogava pelo Sampaio Corrêa no ano passado e foi contratado neste ano pelo Operário Ferroviário, antes da descoberta do suposto esquema.


Em nota, o Operário afirmou que o atleta tem total direito à defesa até que o processo seja encerrado. A assessoria de Allan Godói destacou que o zagueiro só vai se manifestar no fim do processo.

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